Por: Jonas J. Berra
Um dos grandes problemas do Brasil tem sido o do
desemprego, cujos números tem se tornado alarmantes nos últimos anos. O ápice
foi o ano de 2017, em que 12,9% da população estava nessas condições. Diante
disso, medidas foram tomadas no governo Temer, como a flexibilização das leis
trabalhistas, o que reduziu um pouco, para chegarmos em novembro de 2019 com
11,8%. Veja o gráfico abaixo:
Mesmo diante da leve redução do desemprego, setores políticos contrários
ao que foi o governo Temer e ao atual governo de Bolsonaro, continuam reclamando. Isso acontece porque não é uma conclusão óbvia, visto que até 2014, da reeleição da Dilma, o desemprego estava em queda e os números
indicavam 6,7%. Porém, o governo Dilma se tornou insustentável devido à grande pressão
do congresso e os escândalos envolvendo casos de corrupção de setores do governo. A partir daí o
desemprego começou a crescer sistemática e aceleradamente, provocado pela crise econômica, que havia
sido prevista antes da eleição de 2014, mas que não foi adequadamente divulgada pelo governo Dilma, que visava a vitória na eleição no mesmo ano.
O fato é que o presidente Temer
assume após o impeachment quase na metade de 2016 e faz uma grande propaganda de que a reforma
trabalhista diminuiria o desemprego, inclusive na casa de mais de 3 milhões de
novos empregos. O que não ocorreu, já que havendo mais de 13 milhões de
desempregados, uma redução de 3 milhões levaria a taxa em 2018 a ficar abaixo
de 10%. Mas ficou em 11,9% e não frustrou ninguém do mercado financeiro, cujos investidores (de classe média e da elite) passaram a perseguir a reforma da previdência com a mesma desculpa de
“desenvolvimento econômico”.
É visível que os mais de 700 mil novos
empregos, que reduziu a taxa de desemprego entre 2018 e 2019 é uma consequência positiva da péssima
reforma trabalhista aprovada ainda no governo Temer, mas que curiosamente, é uma
pífia melhoria comemorada recentemente pelo governo Bolsonaro. O pior de tudo é que
dificilmente esse quadro vai melhorar no próximo ano, pois as medidas
neoliberais adotadas pelo governo são exatamente o que os grandes empresários
sem coração querem: diminuição do salário mínimo e a obtenção de lucros exponenciais, visando o “desenvolvimento econômico” para as ações das empresas baterem recordes na bolsa
de valores. Enquanto isso, o povo pobre das classes D e E seguem humilhados.
REFERÊNCIAS:
CAULYT, Fernando. Desemprego
no Brasil cairá pela primeira vez desde 2014, prevê OIT.
Made for minds. 22 jan. 2018. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/desemprego-no-brasil-cair%C3%A1-pela-primeira-vez-desde-2014-prev%C3%AA-oit/a-42263300>.
Acesso em: 12 nov. 2019.
BRANDÃO, Marcelo. Temer prevê criação de 3 milhões de empregos com resultado do PIB de
2017. Agência Brasil. 01 mar. 2018. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-03/temer-preve-criacao-de-3-milhoes-de-empregos-apos-resultado-do-pib-de-2017>.
Acesso em: 12 nov. 2019.
RESENDE,
Thiago. País gera 157,2 mil vagas
formais em setembro, maior resultado para o mês desde 2013. Folha de S.
Paulo. 17 out. 2019. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/10/pais-gera-1572-mil-vagas-formais-em-setembro-maior-resultado-para-o-mes-desde-2013.shtml>.
Acesso em: 12 nov. 2019.
2 comentários :
Popperista convicto!!!
Por quê?
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