Por: Everton Marcos Grison
Vivemos o inferno, com bombas, balas de borracha, spray de pimenta, violência e muita truculência. Estávamos desarmados! Apenas carregávamos as nossas ideias, os nossos sonhos e a indignação. Fomos massacrados por um governo insensível as causas públicas, incompetente nas questões técnicas e sem moralidade para ocupar o cargo que ocupa.
O dia 29/04/2015 representa o pior
dia da história na vida de muitas pessoas. Significa o maior ataque contra a
democracia já perpetrado por um governante no Brasil, pós período militar. Quem
sabe, os requintes de maldade orquestrados por Carlos Alberto Richa e sua
equipe psicopata, tenham ultrapassado os limites da loucura praticada pelos
militares entre 1964 e 1985 no Brasil. De uma vez só, o governo do estado expôs
a tropa da Polícia Militar do Paraná ao completo ridículo, massacrou
professores, funcionários e demais servidores e sepultou para sempre sua
carreira política.
Juntamente com Richa, trinta e um
deputados mancharam suas mãos de sangue, ao votarem favoráveis ao projeto de
Lei que alterou o sistema Previdenciário no Paraná. É um contrassenso, um
absurdo completo, visto que a democracia foi sepultada inclusive como
instituição: o governador arquitetava suas maldades diretamente com o Tribunal
de Contas e com o presidente da Assembléia Legislativa (Ademar Traiano), que se
amparava em mandados dados pelo Tribunal de Justiça.
Montesquieu, um dos maiores
filósofos no campo da política, estabeleceu os nervos centrais dos poderes que
devem reger um sistema político, isto é, o Legislativo, Executivo e Judiciário.
Cada poder deve ser autônomo e não pode se render a imposições, conchavos ou
acordos com os demais poderes. No Paraná, todos sentaram a mesma mesa, para
massacrar mais de 100 mil servidores, achincalhar a democracia e demonstrar que
são instituições que servem em grande medida, para interesses particulares de
poucos, enquanto a maioria paga pelos erros dos governantes.
Há quem diga que a população errou
nas urnas, ao escolher figuras carimbadas no cenário político paranaense,
envolvidos em escândalos dos mais variados. Sem dúvida errou, mas nenhum erro
seja ele qual for, merece como correção o tamanho da estupidez orquestrada em
29/04/2015.
Para muitos ainda é difícil retornar
a praça onde ocorreu o massacre. Não houve guerra, pois um lado estava
desarmado. Houve crime e este foi minuciosamente organizado pelo governo do
estado, pelo ex-secretario de segurança, e pelo ex-comandante da Polícia Militar
do Paraná. É chocante observar nas imagens professores com muitos anos de
trabalho, que formaram milhares de pessoas, levando tiros, alguns inclusive no
rosto, estilhaços de bombas. Sendo tratados como bandidos, baderneiros, Black Blocs.
O governo de Carlos Alberto Richa sangrou a democracia e a todos os paranaenses,
na tentativa de resolver sua incompetência e esconder sua falta de habilidade
administrativa. É um ótimo piloto de carros nas pistas, mas não sabe pilotar
sua equipe e o Estado do Paraná.
Na Assembléia Legislativa do Paraná
os desgastes são grandes e sua base aliada começa a pular do barco furado de
seu governo, entretanto, o cheiro de óleo de Peróba continua muito forte, pois
muitos deputados continuam a besuntar suas caras de pau. Muitos acham que estão
ali para trabalhar, entretanto, devem representar o povo primeiramente,
trabalhando para a melhoria das condições de vidas dos que lhes elegeram. Os
deputados no fundo, ao menos os do Camburão, querem pintar e bordar esperando
que a população fique calada e aceite as chicotadas. Felizmente a trave que
impedia o olho de abrir caiu, a consciência ganhou sagacidade, o silêncio
obsequioso foi interrompido e o coração, mesmo remendado, continua a bombear
sangue para que a voz da maioria derrube os murros da incompetência e mau caratismo:
No pasarán!
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