Por: Edinei Marcos Grison.
Com o pretexto de
realizar um resgate teórico-biográfico de Gilberto Freyre e Octávio Ianni, apresenta-se
o Brasil como morada de raças, conciliações e desigualdades no presente ensaio.
Tais matizes mesclam o Brasil mestiço de Freyre e o desigual de Ianni na
construção das noções que definem o Brasil no que tange a cultura, sociedade e
poder.
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Fonte: Web |
Para
tanto, em Gilberto Freyre existe uma complementariedade entre as obras: Casa
Grande e Senzala e Sobrados e Mucambos. A história social do patriarcado
brasileiro cruza o espaço das duas obras. Os processos de subordinação são
pontuados a partir da lógica funcionalista, amplamente trabalhada na sociologia
clássica de Émile Durkheim
. A
conciliação entre as partes para Freyre fundamenta a relação entre o senhor e o
escravo, entre a casa e a rua, entre o sobrado e o mucambo, a partir da tese de
que a pátria Brasil, é de todos. Assim exemplifica Freyre (2004, p.29):
[...] evitando estímulos
sem justo motivo; todos somos filhos da Patria; ella [sic] pertence a todos;
nós a devemos amar, socorrer, defender e pôr em socego, por que isto redunda em
nosso benefício; haja união bem serrada em nossas almas...